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Francisco J. Gonçalves

O outro preço do petróleo

O massacre de Orlando levou a candidata democrata à presidência dos EUA a criticar o apoio ao radicalismo islâmico de países como o Koweit, o Qatar e a Arábia Saudita.

Francisco J. Gonçalves 15 de Junho de 2016 às 00:30
O massacre de Orlando levou a candidata democrata à presidência dos EUA a criticar o apoio ao radicalismo islâmico de países como o Koweit, o Qatar e a Arábia Saudita. E Hillary Clinton fez bem em apontar estes países, muito especialmente por se tratar de aliados dos EUA. O petróleo saudita, em particular, e as petrolíferas norte-americanas têm uma relação umbilical. Fica, por isso, a dúvida de que Hillary, eleita presidente, vá mudar alguma coisa na relação com os reis do petróleo.

O wahhabismo, ou salafismo, é a interpretação retrógrada do Islão dominante na Arábia Saudita e foi ela que inspirou a al-Qaeda do saudita Osama bin Laden e está também na base do jihadismo do Daesh.

Mas há pior. Os sauditas não só inspiraram a ideologia como são financiadores ativos do terrorismo islâmico. O jogo duplo saudita é um primor de maquiavelismo, mas esta ‘traição’ é consentida pelos EUA, que sabem de tudo pelo menos desde o 11 de Setembro e que, ao pactuar com isto, se tornam financiadores indiretos do terror islâmico.

Este é o verdadeiro preço do petróleo e serve para nos lembrar que nos EUA, e nas restantes democracias, os poderes políticos têm um poder muito relativo.
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