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Opinião
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Dez anos de Francisco

Ser padre é casar com a Igreja e amar a Deus.
Paulo João Santos 13 de Março de 2023 às 00:31
Paulo Santos
Paulo Santos
Mário Bergoglio assinala 10 anos de pontificado, mas não tem grandes motivos para festejar. A instituição continua a perder influência, quer do ponto de vista político quer social e, mais grave, a viver ensombrada pelo pecado.

Ninguém ouve Francisco no conflito da Ucrânia, nem nos constantes alertas sobre o drama dos migrantes. A guerra contra o aborto está perdida e a da eutanásia vai pelo mesmo caminho. Com o escândalo dos abusos sexuais, uma história de terror sem fim que lhe rebentou nas mãos, escreveu-se um dos capítulos mais negros da instituição.

No momento de soprar as velas, Francisco tirou um coelho da cartola, anunciando o fim do celibato. Não justificou os motivos da intenção nem explicou os seus moldes, se o casamento pode ocorrer antes ou depois da ordenação, se é indiferente, se abrange todas as formas de relacionamento amoroso, heterossexual, homossexual, uniões de facto, e como lidar com o divórcio, a separação, a infidelidade. O assunto estava morto há séculos na Igreja Ocidental e há que entender os motivos desta súbita ressurreição - que não terão a ver, certamente, com o facto de vivermos em período pascal. Ser sacerdote é uma vocação, uma missão, é casar com a Igreja, é amar a Deus. E assim sendo, temos aqui um problema.



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